O Morcego
Augusto dos Anjos
Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
"Vou mandar levantar outra parede..."
- Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço.
ChegoA tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
Santa Constatação, Batman, esta relação entre o morcego no escuro do quarto e a consciência humana é simplesmente fantástica!!!
ResponderExcluirMuito bom. Como sempre sou sua fã!
ResponderExcluirParabéns Diogenes!
ResponderExcluirsuas ideias realmente são motivadoras e, acima de tudo, pensando no desenvolvimento do nosso quase adormecido meio de mudar a sociedade: o pensamento. Parabéns, grande abraço, e vamos convocar os membros do areópago para mais uma assembléia.!
Rafael.
Caríssimo Irmão Diógenes
ResponderExcluirParabéns por essa iniciativa. Estaremos sempre por aqui. Grande abraço.
Álvaro